Oradores:
Engenheiros Jorge Paulino, Mário Lopes, Professores do IST – Instituto Superior Técnico;
Engenheiro- Henrique Teles, especialista em transportes;
Presidente da Comissão de Economia , Inovação e Obras Públicas da Assembleia da República-
Deputado Hélder Amaral ;
Presidente da Câmara Municipal de Viseu-Dr. Almeida Henriques;
Presidente da Câmara Municipal de Mangualde-Dr. João Azevedo;
ACA-M- Associação dos Cidadãos Automobilizados-Arquiteto Rogério Lopes Soares.
Moderadora – Jornalista da Radio Renascença, Dra. Liliana Carona
O debate foi motivado pelo adiamento da resolução dos constrangimentos, em consequência de uma inadequada rede viária na Região Centro, derivada do pouco poder reivindicativo das populações e da difícil orografia do terreno, para além dos constrangimentos económicos, que nem sempre foram a verdadeira causa.
1-Ficou clara a necessidade da construção da auto-estrada Viseu- Coimbra, pelos números da sinistralidade e pelo volume do tráfego, aliás este Governo tem afirmado que reconhece a importância de resolver o problema da ligação Viseu -Coimbra, haja pois vontade, e, assim consiga anunciar brevemente a finalização do Itinerário Principal da Beira Litoral, com a construção, em perfil de auto-estrada do troço mais difícil de construir, pela dificuldade em ultrapassar o Buçaco.
Apenas houve discordância quanto ao modelo de adjudicação/construção .
2-A construção da ferrovia Aveiro- Vilar Formoso, faz igualmente muito sentido,
A Região de Viseu tem a sua população estagnada desde 1864 e a sua economia poderia ter um crescimento que a colocasse entre as zonas mais desenvolvidas como aconteceu na idade média, quando a economia dependia mais das potencialidades e menos da vias de comunicação.
Circulam/ dia na A25 , em média 15000 veículos dos quais 1/3 são veículos pesados , muitos de transporte internacional.
Está por fazer o balanço do sofrimento dos motoristas que muitas vezes se confessam exaustos, quantas vezes circulam, sem se lembrarem onde passam. Mas há um dado que sabemos, 1/3 dos acidentes são da responsabilidade deste estado de fadiga, com todas as consequências pessoais e económicas daí derivadas, já para não falar da enorme agressão ambiental .
Quantos veículos pesados poderíamos dispensar se tivéssemos um comboio que nos ligasse de Aveiro à Europa, e, a partir dessa via até ao resto de País.
Analisada a modernização prevista para a linha da Beira Alta, percebeu-se que corresponde essencialmente às obras necessárias à sua modernização, mantendo-se uma via única em bitola ibérica. O melhoramentos previstos não vêm resolver os problemas e não preveem qualquer ligação a Viseu, ficando acordado entre os respetivos autarcas a solicitação imediata da ligação Viseu – Linha da Beira Alta em autocarro.
3-Os principais eixos ferroviários em bitola europeia, Lisboa -Porto, Lisboa -Badajoz e
Aveiro-Salamanca , deveriam ser servidos por Linhas de bitola europeia, mistas (passageiros e mercadorias) e de grande capacidade (via dupla), de bitola europeia . Nenhuma destas Linhas foi ou está a ser construida e sem essas ligações estruturantes de ligação Nacional e à Europa, a breve trecho a nossa região será uma ilha ferroviária na União Europeia, como aliás todo o País, que nos colocará fora das rotas preconizadas para um desenvolvimento global.
4-Os Viseenses reclamam uma ligação condigna às cidades vizinhas, à capital, ao mar e à Europa, impossível com pequenas intervenções e remodelações. A nossa exigência passa pela concretização destas obras por demais adiadas.
O sonho é nosso , cabe aos Governantes que nos concretizam os sonhos, fazendo o impossível tornar-se finalmente realidade, pensar que as obras que realizam e as suas inaugurações são momentos mágicos para celebrar o início de uma nova era civilizacional, alavanca do progresso e decidir por forma a colocarem-se do lado certo da História.
E não vender-nos ilusões …
Texto elaborado pela PROVISEU