Três anos após termos lançado este novo conceito da “cidadania lusófona”, ainda há muita gente, com efeito, que o estranha.
Assumimo-nos, naturalmente, como cidadãos portugueses, por um lado, e como cidadãos do mundo, por outro. Assumimo-nos ainda, com a mesma naturalidade, como cidadãos europeus. Mas ainda não nos assumimos tão naturalmente como cidadãos lusófonos.
Seguindo o célebre “slogan” de quem assumiu como sua Pátria a Língua Portuguesa (falamos, claro está, de Fernando Pessoa), “primeiro estranha-se, depois entranha-se”, chegará – estamos certos disso – o dia em que, naturalmente, nos assumiremos, todos, como cidadãos lusófonos.

Tal como ocorreu nos três primeiros Congressos da Cidadania Lusófona, também neste se entregará o Prémio Personalidade Lusófona, promovido pelo MIL – Movimento Internacional Lusófono, com o patrocínio do Instituto Internacional de Macau. Depois de já termos premiado Lauro Moreira, Ximenes Belo, Adriano Moreira, Domingos Simões Pereira, Ângelo Cristóvão e Gilvan Müller de Oliveira, o premiado deste ano será Duarte de Bragança, em reconhecimento de todo o seu incansável trabalho em prol da difusão do ideal da Lusofonia, algo que, como podemos testemunhar, transcende por inteiro as posições pró-monárquicas ou pró-republicanas.
Tal como aquele que decorreu em 2015, também o IV Congresso reunirá uma série de personalidades que, na teoria e na prática, muito se têm batido pelo reforço dos laços entre os países e regiões do espaço da Lusofonia – no plano cultural, desde logo, mas também nos planos social, económico e político. Como sempre, teremos também connosco uma série de Associações da Sociedade Civil, de todo o espaço da Lusofonia, para fazerem o balanço da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, 20 anos após a sua criação – tema geral do Congresso. Como resultou dos três primeiros Congressos, face à inércia dos diversos Governos, sempre mais preocupados com as próximas eleições do que com desígnios estratégicos, é à Sociedade Civil que cabe, em primeiro lugar, abrir este caminho da Convergência Lusófona. Vamos a isso.
Quanto ao balanço da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, 20 anos após a sua criação, o que há desde logo a dizer é que se a CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa não tem feito mais em prol desse caminho da Convergência Lusófona (e, decerto, poderia ter feito muito mais), tal decorre não tanto por incapacidade própria, mas, sobretudo, por falta de empenho dos diversos Governos, que, ao longo destas duas décadas, nunca apostaram suficientemente nesta plataforma político-diplomática.
Eis, em suma, a tese de partida deste Congresso, que irá decorrer nos dia 22 e 23 de Março de 2016 – na Sala Algarve da Sociedade de Geografia de Lisboa e no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona -, onde iremos igualmente lançar o nº 17 da Revista Nova Águia, que tem como tema central “A Importância das Diásporas para a Lusofonia”.