Participantes no Primeiro Painel da Conferência Anual da PASC – Casa da Cidadania 2019

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Luís Osório

Escritor e Jornalista de reconhecido mérito. Começou no semanário O Jornal, que viria a dar origem à revista Visão. Esteve no Diário de Notícias alguns anos. Foi comentador político na SIC durante três anos. Coordenou a equipa de investigação do programa de entrevistas “Carlos Cruz Quarta-Feira”. Apresentou o programa “Conversa Privada” na RTP2, Escreveu o script dos Madredeus “O Paraíso, 2000”. Foi membro do Grupo de Trabalho nomeado pelo governo de Durão Barroso para definir as obrigações e os conteúdos do serviço público de televisão (2002). Realizou o documentário “A Casa”, um documentário sobre loucura. Fundou, com Carlos Magno, Luís Delgado e Luís Marinho, o programa de “Rádio Contraditório” na Antena 1. Encenou e assinou a dramaturgia da peça baseada no texto de Daniel Sampaio “Vagabundos de Nós”. Fundou o blog político Causa-Nossa, um blog cultural e de cidadania, com Vital Moreira, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva, Ana Gomes, Luís Nazaré e Jorge Wemans. Esteve na coordenação da campanha eleitoral da candidatura de Fernando Nobre à Presidência da República. Autor de livros como “Mãe, Promete-me que Lês”, “Queda de Um Homem”, “Amor”, entre outros. Ganhou o Sete de Ouro, o Gazeta Revelação, o Prémio Inovação Manuel Pinto Azevedo. Foi nomeado três vezes para os Globos de Ouro pela autoria de “Portugalmente” e “Zapping”.

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Manuel Arriaga

Licenciou-se em Economia, doutorou-se em Gestão, mas é na área da participação cívica que se tem vindo a destacar internacionalmente. È Professor na Universidade de Nova Iorque e um dos fundadores do Fórum dos Cidadãos, projeto dedicado à promoção da democracia participativa e participação cívica. É o autor do livro “Reinventar a Democracia: 5 Ideias para um Futuro Diferente” (2014), o qual foi publicado no Reino Unido, Portugal e Grécia. É também membro-associado do Instituto de Filosofia da Universidade Nova de Lisboa..

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Mendo Henriques

É professor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa e presidente do Nós, Cidadãos. Foi diretor de serviços no Instituto da Defesa Nacional, onde desenvolveu manuais de cidadania e dirigiu os Cursos de Cidadania para Professores do Ensino Secundário. Dirigiu e foi autor da coleção de livros “Batalhas de Portugal”. Coordenou o projeto “Os cidadãos e o reordenamento da segurança e defesa”, a primeira proposta de serviço militar voluntário em Portugal e o Conselho de Formação Cívica, que recomendou a Educação para a cidadania no ensino básico e secundário. Esteve envolvido em atividades cívicas do MAESL no tempo do Liceu Pedro Nunes, exerceu cargos na Comissão das Comunidades Lusófonas da Sociedade de Geografia de Lisboa, foi vice-presidente da Associação Portuguesa Ética e Transparência e vice-presidente da Assembleia Geral da Associação de Auditores do Curso de Defesa Nacional. Em 1999 publicou “Bem Comum dos Portugueses” em coautoria com Jorge Braga de Macedo e José Adelino Maltez que foi considerado um manifesto académico. Foi coautor do livro “O Erro da Ota” e em 2007 foi membro fundador do Instituto da Democracia Portuguesa. Apresentando propostas para uma melhor governação. Foi em 2010, membro fundador da Plataforma Ativa da Sociedade Civil, a atual PASC Casa da Cidadania. Em 2012 editou o livro “Plano C- O Combate Da Cidadania”. Em 2015 juntamente com grupos de cidadãos, foi membro fundador do partido “Nós, Cidadãos!”. Nas eleições legislativas de 2015, o NC não obteve representação na AR, mas nas eleições autárquicas de 2017, obteve representação no poder local. É presidente da Comissão Política do NC.

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Marlene Marques

É Presidente da Direção do GEOTA, Grupo de -Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente pela Universidade Nova de Lisboa. É licenciada em Engenharia do Ambiente e Mestre em Política, Economia e Planeamento de Energia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Especialista em estratégia para sustentabilidade urbana e gestão ambiental. É Engenheira do Ambiente do Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Loures desde 1994 tendo coordenado e elaboração da candidatura de Loures ao Concurso “Cidades Limpas”. Desempenhou cargos de chefia desde 1998.

Rodolfo Franco

Rodolfo Franco

Estudou Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa. Durante o seu percurso universitário realizou diversos trabalhos de associativismo e foi eleito Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Aeronáutica e Espaço – 2012- 2015. Colabora com a Revista do Ar, onde é autor de artigos de divulgação científica. Recebeu a Menção Honrosa no âmbito do Prémio Literário Barão da Cunha do Aero Clube de Portugal. É um dos dinamizadores do Movimento Cívico “Vizinhos do Areeiro”, criado em 2016, movimento associativo de cidadãos que residem e trabalham nesta freguesia. Este movimento é apartidário, de cidadania ativa e causas locais. Constitui um Núcleo da Freguesia do Areeiro da “Vizinhos em Lisboa – Associação de Moradores”, conta também com os núcleos em Alcântara, Alvalade, Arroios, Avenidas Novas e Penha de França. Estes grupos são uma forma de exercer política local para além dos partidos, num modelo de intervenção que é mais eficaz enquanto se mantiver numa perspetiva não partidária, sendo transversal a todas as forças políticas locais. Recorrem às várias ferramentas que permitem levar as propostas/reclamações subscritas pelos cidadãos envolvidos, aos diferentes níveis de governação: Assembleia de Freguesia; Assembleia Municipal ou Assembleia da República.

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Tiago Mota Saraiva

Licenciatura em Arquitetura pela Universidade Técnica de Lisboa com Especialização em Arquitetura, Território e Memória pela Universidade de Coimbra. Foi Assistente Convidado da Universidade Moderna de Lisboa em 2007 e Assistente Convidado da Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa entre 2007 e 2008 e, desde então, tem vindo a tomar parte em diferentes atividades académicas, maioritariamente, fora de Portugal.  Fez parte do Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Arquitetos, tendo sido seu Tesoureiro Nacional, e foi correspondente em Lisboa da revista espanhola “Pasajes de Arquitectura y Crítica”. Foi, recentemente, candidato à Mesa da Assembleia Geral da Associação Mutualista Montepio. Atualmente, tem uma coluna de opinião semanal no jornal i e, mensal, no jornal Dia 15. É consultor externo da Câmara Municipal de Lisboa para a implementação da Agenda 21 para a Cultura e membro do Conselho Editorial do Le Monde Diplomatique – edição Portuguesa e é dirigente de duas cooperativas: Trabalhar com os 99% e Largo Residências. Tem dedicado a sua vida cívica, sobretudo, a questões relacionadas com o urbanismo e a participação popular.
Foi um dos integrantes do movimento “Que se Lixe a Troika”, que organizou, entre outras coisas, as manifestações de 15 de Setembro de 2012 e 2 de Março de 2013 que, cada uma, terá mobilizado mais de um milhão de pessoas em todo o país e fora de Portugal – Fortaleza (Brasil), Berlim, Barcelona, Bruxelas, Paris e Londres.

Cartaz PASC Conferencia Anual 2019

III Congresso da Cidadania Lusófona · A Importância das Diásporas · 31 de Março – 1 de Abril · 2015 · Reportagem Vídeo · 2º dia.

Intervenção de Carlos Mariano Manuel, da Liga Africana.

Sobre a Diáspora, um apontamento de Abel de Lacerda Botelho, da Fundação Lusíada.

Intervenção de Zeferino Boal, da Casa de Angola.

Intervenção de Renata Baracat, do Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior.

Intervenção de José Mário Botelho, da Academia Brasileira de Filologia.

Intervenção de Mário de Carvalho, da Associação Caboverdeana.

Intervenção de Maria Dovigo, da Associação Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa.

Intervenção de Maria Virgínia Brás Gomes, da Casa de Goa.

Intervenção de Djarga Seidi, da Associação Balodiren, da Guiné Bissau.

Intervenção de Manuel Pechirra, da Associação Fernando Pó, pela Guiné-Equatorial.

Intervenção de Sílvio Santos, da Associação Fernando Pó, pela Guiné-Equatorial.

Intervenção de José Ângelo Lobo do Amaral, do Instituto Internacional de Macau.

Intervenção de Luísa Timóteo, da Associação Coração de Malaca.

Intervenção de Delmar Gonçalves, Presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora.

Intervenção de Guilherme d’Oliveira Martins.

Intervenção de Ivónia Nahak Borges, de Timor. em representação do MIL Timor-Leste e do SAPO Timor-Leste.

Intervenção de Danilo Salvaterra, da Casa Internacional de São Tomé e Príncipe.

Intervenção final de Renato Epifânio, Presidente do MIL – Movimento Internacional Lusófono.

Intervenção de António Gentil Martins, em representação da PASC – Casa da Cidadania.

Intervenção de José Eduardo Garcia Leandro, em representação da PASC -Casa da Cidadania.

Intervenção de Mendo Henriques, em representação da PASC – Casa da Cidadania.

Intervenção de Maria Perpétua Rocha, Coordenadora da PASC – Casa da Cidadania, na Sessão de Encerramento do III Congresso de Cidadania Lusófona.

"NO TERRENO ABANDONADO PELA SOCIAL DEMOCRACIA, RESIDE O CAMPO DE BATALHA ENTRE FORÇAS DESIGUAIS […]": uma reflexão de Mendo Henriques.

por Mendo Henriques (Este texto representa apenas o ponto de vista do autor, não da PASC, nem das associações que a compõem).

 

Foto em http://www.publico.pt
Portugal, 13 março de 2013. No terreno abandonado pela social democracia, reside o campo de batalha entre forças desiguais: de um lado, grupos sociais e classes profissionais humilhadas e empobrecidas; do outro, uma oligarquia na qual participam os dirigentes dos partidos do arco da governação, de direita e de esquerda, os grandes gestores, os banqueiros e comunidade financeira, os dirigentes dos media.

Os opositores da oligarquia são de longe a maioria mas estão completamente divididos e dispersos. Existem candidaturas independentes às autárquicas: existem movimentos cívicos embrionários da sociedade civil; existem quadros descontentes nos partidos do arco do poder; o Bloco de Esquerda quer ser o socialismo revolucionário e mobiliza parte do protesto social mas ignora a reação patriótica e não se liberta do sectarismo. A Direita republicana não parece ter expressão eleitoral, escondendo-se atrás do CDS-PP. Os monárquicos representam uma atitude com grande expressão transversal na população mas não têm um programa político. Muitas personalidades manifestam-se em manifestos que duram o tempo das rosas. O sindicalismo de resistência (CGTP, UGT), ainda é credível para orientar o protesto social, mas tem um estilo de reivindicações irrealistas. Os diferentes grupos e personagens da oligarquia aproveitam bem a heterogeneidade destes seus adversários. Uma “aliança democrática da sociedade civil” será imperativa. Levá-la avante é oferecer uma perspetiva política. Apesar das dificuldades, não deve haver hesitações. Mas os prazos são incertos.

SOCIEDADE CIVIL, UMA NOVA ATITUDE: um artigo de Mendo Henriques.

 

por Mendo Henriques (Este texto representa apenas o ponto de vista do autor, não da PASC, nem das associações que a compõem).

 

Foto em http://www.publico.pt
Portugal enfrenta uma fase crucial da sua história recente. Só a conseguirá enfrentar com sucesso se transformar as condições adversas na oportunidade de uma transição de fundo, que permita moldar um país cheio de história e cultura num país com futuro. Do sucesso desta transição vai depender o futuro dos portugueses e o seu papel no mundo.

Nesta oportunidade, a Sociedade Civil tem um primeiro papel decisivo: formular as questões de que dependem o nosso futuro: porque chegámos onde chegámos, e como podemos transitar para um Portugal melhor.

Os dois sectores que tradicionalmente forneciam este mapa das estradas do futuro estão em crise. Quem Governa tem que se confrontar com uma realidade em que as suas promessas políticas são rapidamente questionadas. Quem gere a Economia tem que se confrontar com a perda de confiança do público na generalidade dos agentes e porta voz económicos. E por isso, a formulação das grandes questões tem que ser devolvida a um terceiro sector, o das associações da sociedade civil, que têm a vivência diária dos problemas e o desinteresse que lhes permite promover o bem comum.

Que o discurso das elites políticas e económicas tenha deixado de ser convincente, não se deve sobretudo a uma impreparação ou prevaricação dessa elites, como frequentemente afirma o discurso populista. O problema central não é de ignorância nem de ganância, muito embora existam casos de erros nas políticas públicas, que devem ser denunciados, e casos de enriquecimento ilícito, que devem ser perseguidos intransigentemente pela justiça. O problema é outro.

A meu ver as questões centrais resultam de, nos últimos 20 anos, a vida política e económica portuguesa ter proporcionado a criação de um sector e de uma classe dominante que se alimenta do controle do mercado interno. É que se percebe pelos lóbis que se movimentam nos sectores de bens não transaccionáveis, e que não têm uma administração pública de qualidade a regulá-los, estando, pelo contrário, infiltrada por grupos de interesse. Esse controle está “repartido” por diferentes agentes e são estes que se auto-controlam e se digladiam na comunicação social.

Este controle subterrâneo está sempre a aflorar nas notícias. Não precisamos de muita ciência para saber que ”Zangam-se as comadres, sabem-se as verdades”…Um défice regional, uma escuta das polícias, o aumento do preço da eletricidade, a baixa da TSU, etc.. A opinião pública recebe estes acontecimentos fragmentados pelos media. Mas a sociedade civil tem que ajudar a criar critérios de relevância para que se distinga de imediato entre a “espuma dos dias” que interessam a alguns e as questões que interessam ao bem comum.